Comentário sobre Salmos 42-23
Salmos 42-43 Saudade do templo de Deus
Do comentário bíblico Bridgeway, de Don Fleming
Em muitos manuscritos antigos, os Salmos 42 e 43 formam um só salmo. Juntos, eles expressam a tristeza de um devoto adorador, possivelmente um cantor do templo, que vivia no extremo norte de Israel (ver 42.6) e não podia mais adorar no templo em Jerusalém. Isto pode ter acontecido porque o reino estava então dividido e o rei do norte não permitia que seu povo viajasse para o território do sul, onde Jerusalém estava situada. O rei rejeitou a religião baseada em Jerusalém e estabeleceu seus próprios deuses-ídolos, um perto de sua fronteira sul e outro no extremo norte, onde vivia o escritor deste salmo, 1 Reis 12.28-29.
O desejo do salmista de se aproximar de Deus em seu templo é comparado à sede intensa de um animal que busca água em uma região seca e queimada pelo sol, 42.1-2. Amigos ímpios zombam dele por ter sentimentos tão fortes por um Deus que, morando longe, em Jerusalém, não pode ajudá-lo, v. 3. Quando ele se lembra de como em tempos anteriores liderou grupos de adoradores cantores a Jerusalém, sua confiança em Deus é fortalecida, vv. 4-5. Enquanto observava as águas daqueles riachos do norte que fluíam rapidamente caindo sobre as rochas, ele sentiu que aquelas águas eram como os problemas que caíram sobre ele, quase o afogando em tristeza, vv. 6-7. Mas apesar de todas as decepções e zombarias de seus inimigos, ele sabe que Deus o guardará, vv. 8-11.
Enquanto isso, o salmista ainda está num estado mental instável, porque Deus ainda não lhe concedeu o desejo do seu coração, 43.1-2. Então, ao considerar a certeza do caráter de Deus, sua confiança retorna. Ele sabe que se encontrará novamente com Deus em seu altar no Monte Sião, vv. 3-5.
Lições dos Salmos 42-43 para o cristão
- O desejo de estar na presença de Deus deve tomar conta da nossa alma.
- Cristo veio e morreu para nos dar paz com Deus, Rm 5.1ss. Nele, podemos ter relacionamento íntimo.
- “O Saltério fornece todo o vocabulário necessário para articular nossas emoções mais profundas” (GTSB, pág. 767).
- Orar e “esperar em Deus” 43.5, podem ser atitudes difíceis na hora do sofrimento, mas elas nos conduzem pelo vale da dor.